terça-feira, 29 de junho de 2010

Sabático

Estava lendo a revista Vida Simples desse mês, uma matéria sobre ano sabático. Para o desavisado de plantão, por mim a matéria teria começado desse jeito: ano sabático não é um ano em que a pessoa se dedica ao estudo e aperfeiçoamento da bruxaria. Muito menos aquele tempo que o iniciante do candomblé passa na camarinha. É simplesmente uma época em que o indivíduo dedica a si próprio, a um projeto de vida, a uma viagem longa ou até mesmo ao ócio. Um espaço de tempo para se voltar a novos projetos que não o trabalho cotidiano seria, talvez, a melhor definição.

A matéria diz que "um período sabático faz parte dos planos de muita gente, mas poucos são aqueles que o colocam em prática". Talvez porque, complemento, trocar o emprego fixo por um tempo para pensar em algo não necessariamente rentável esteja um pouco abaixo da capacidade financeira do cidadão médio brasileiro. Eu mesmo, 32 anos, brasileiro, sem filhos, retrógrado e reacionário, não me vejo "dando um tempo" no emprego para escrever um romance, por exemplo.

Mais interessante foi ver justamente livros dedicados ao período sabático. Fuja por um ano, Um tempo para crescer e deve haver mais literatura específica. Livro para tudo nunca falta. Só assusta um pouco pensar alguém que tira um período sabático para escrever sobre... sabático. Afinal, se o sabático não é dedicado ao ofício (também conhecido pela expressão trabalho), e se a escrita é um ofício, por vezes duro, inclusive, seria isso paradoxo ou não?

Esse blog não está em período sabático, quem o escreve muito menos. Vivo o famoso período pré-férias, o que significa que de sabática a vida não tem é nada. Trabalho sobra e parece que não deve faltar pelos próximos dias, meses, anos. Segundo a revista, férias não são período sabático. Férias, segundo o autor, também conhecido pelos pronomes "eu" ou "mim" (que procuro evitar ao máximo) são para descanso...

Durante a ausência (daqui) fiz o de sempre: comi, dormi, trabalhei, fui ao teatro e ao cinema, vi séries na tv. De novidade estreei em óperas e venho lendo um livro para o vestibular. Não sei se vou fazer a prova ainda e nem quero comentar muito, justo para evitar grandes expectativas. Na minha ausência andei tocando meu bonde e observando pessoas e inventando histórias. Para, inclusive, ter o que escrever nessas bandas de cá.

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