Na década de 1980, quando algumas pessoas eram crianças, eu inclusive, existia um tipo de medicamento parecido com xarope que se chamava "remédio em suspensão". Tinha uma parte líquida e uma parte mais sólida e a mãe da gente, na hora de servir, chacoalhava para misturar. Lembro de um sabor morango. Pois bem.
[Acho que não é a primeira vez que uso a analogia com o remédio em suspensão para retomar os escritos após um hiato. Mas tenho 99% de certeza de que essa ideia não é exatamente inédita, alguma criatura no mundo já fez a mesma comparação e ninguém vai voltar no tempo procurando algo que escrevi antes só para conferir. Eu não vou.]
Assim como o remédio, em suspensão, minha vontade de escrever estava parada, precisando de algum tipo de agitação para desencadear qualquer iniciativa. Porém pela lei da inércia algo que está parado tende a permanecer parado, a preguiça impera, a gente arranja tempo para tudo menos escrever, lá se foram meses. Nesses dias, enquanto produção escrita, dois textos para esse blog apagados no primeiro parágrafo, uma redação para o Enem, questões de vestibular e só.
Não pretendo relatar tudo o que aconteceu comigo nesse intervalo de tempo, não faz muita diferença ou, melhor, cabe em pouco espaço: engordei como um porco na ceva, fiz cursinho, estudei mediocremente, fiz vestibular, arranquei dente [e fui a um show de metal]. O resto não importa.
Importa de hoje em diante. Quero restabelecer um mínimo de rotina saudável (mental e fisicamente) para mim, e escrever faz parte do processo. Ajuda desde a tirar da cabeça aquelas coisas cotidianas, picuinhas que nos deixam doidos, até a refletir melhor sobre algo realmente importante. Escrever, para mim, mais que um ato de tentar aparecer e conquistar você, leitor, através das minhas voltas em torno de um mesmo ponto, é principalmente um ato introspectivo/reflexivo extremamente saudável. Por isso, e mais para isso, é bom estar de volta.
Pensei em mudar de endereço, recomeçar, e vi que não. Já estou recomeçando coisa demais e o endereço seria só detalhe. Talvez eu peça pra Rosi uma cara nova, a saber.
Como sempre é bom ter uma novidade, encerro contando um segredo. Vez por outra escrevo com música, para melhorar o meu foco [coisas de quem tem desvio de atenção]. Esse texto foi escrito ao som de Regina Spektor. Álbum Begin to hope (2006). Sempre que acontecer de eu escrever com playlist aviso aqui no fim.
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