sábado, 13 de fevereiro de 2010

Sobre o medo

Quando perguntado de que tenho medo, quase sempre dou a mesma resposta: rato, avião e panela de pressão. Tenho medo de rato, vivo ou morto. Desde as ratazanas de jardim da minha infância, enormes, mostrando os dentes e ameaçando avançar, até os ratos mortos nas rua de agora. Invariavelmente atravesso a rua se tem um rato no caminho, tanto faz se vivo ou morto. É instintivo. Já tive medo de lagartixas, até ver o quanto elas são úteis no combate a pernilongos e mosquitos em geral. Baratas sempre resolvi na base da chinela. Rato é outro departamento.

Todo mundo tem uma história de uma panela de pressão que explodiu. Quase todo mundo; a experiência de desastre com panela de pressão mais próxima que tive aconteceu em uma festa de casamento, e não vi nada. Somente soube do acidente quando dei fé que as comidas nunca mais chegavam. E por quê o medo de algo que nunca vi de perto? Oras, justo por isso! Medo do desconhecido, do que nunca vi. E do que virá. A cada dia que passa, a panela de pressão se torna uma arma mais poderosa; ela é capaz de coisas terríveis. Por isso fujo, evito sempre que dá.

Finalmente os aviões. Avião é inevitável hoje em dia, e venho tentando treinar os voos curtos, até internaliar o quanto eles são práticos e encarar uma viagem longa. Provavelmente nessa encarnação eu não conseguirei relaxar dentro de um avião, mas aceitar a ideia de que aquilo economiza tempo me deixa mais conformado. Para mim, bípede, voar é algo não natural. Posso ter a cabeça nas nuvens, mas um pezinho em solo firme não faz mal. Sei que tem quem ame e quem considere esse medo algo caipira e irracional. Mas eu nasci caipira. E o que é o medo, senão uma descarga irracional e pouco controlada de sentimentos frente a algo supostamente ameaçador?

2 comentários:

Allysson disse...

Concordo plenamente com você sobre os aviões. Não vim do interior, mas não me agrada a ideia de não ter "lá fora" nem poder parar e descer no meio do caminho, se fizer necessário um alongamento ou um pão de queijo.

E outro: te vi hoje, descendo pra almoçar na Afonso Pena. Tive vontade de te abordar, mas não deu tempo; você atravessou com uma amiga. Quem sabe a gente não combina um café

Marcelo Belico disse...

Eu trabalho aqui na Afonso Pena. Mas hoje, debaixo daquela chuva horrível na hora do almoço, eu não via nada além do Ed. Panorama lá na frente e eu e a Lud tentando chegar. Mas avise e combinamos café sim.