Normalmente quando um ano se inicia a gente pensa em fazer coisas novas. Reviver, recomeçar. Eu, por exemplo, fico mais falante em janeiro e vou-me tornando cada vez mais introspectivo até o fim do ano. É cíclico: um começo de ano é sempre mais produtivo que o fim. Algo completamente psicológico, porque, afinal, a mudança de ano é tão somente um abrir e fechar de olhos.
Mas, como alguém já disse, é absolutamente maravilhosa essa capacidade de se condensar um ciclo, e de, de repente, se ter um novo ano, uma página em branco zero quilômetro para dela fazermos o que bem quisermos. Um blog novo sobre o tempo e a qualquer tempo. Um tempo qualquer. Duas, três vezes ao dia... seguido por semanas de mudez. Porque, no fim, eu sou assim. Inconstante.
Um blog com títulos no lugar de números (novidade para mim, pensar um título). Para eu não me perder mais nas contas, e para não ter ritmo algum. Um blog de hiatos, alternando silêncios e profunda e extrema gritaria. Sem compromissos de escrita, de metas a bater (que continuam), de coerência.
E por que escrever? E por que não?
Certa vez me disseram que tenho a capacidade de transformar assuntos cotidianos em acontecimentos. Também já disseram que sou uma companhia agradável. Talvez por isso. E, muito e, principalmente, para exercitar a minha escrita. Mas sem laços duros, porque, também, amarras esse ano não são muito bem-vindas.
Ao trabalho!
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